sexta-feira, 18 de março de 2011

Deixe Ela Entrar

Em comparação com o consumo atual de filmes (fenômeno impulsionado, em terras tupiniquins, pela indústria da pirataria) não me considero, nem no mínimo, um espectador digno de nota. Assisto quando aparece, ou dá na telha. Então, não tenham as próximas linhas como uma critica, ou coisa do tipo.
Dia desses vi um filme que a muito estava ensaiando para ver. Deixe Ela Entrar (Låt den Rätte Komma In, 2008), me fez muito feliz, pois películas de vampiros ultimamente, tem deixado a desejar (Vampiro que anda de dia e brilha no sol... Porra! Quer me foder? Então me beija!). Certo dia um amigo me disse, "sou do tempo em que vampiro chupava sangue e não pinto".
A pequena Eli (Lina Leandersson), apesar de não seguir o estereótipo Bela-lugosiano, ou lembrar o floreado Armand de Anne Rice, carrega uma das características do mito vampírico que mais me atrai, ligadas ao drama de se tornar um predador dos homens e de carregar sentimentos humanos e pela humanidade.
Sem falar no pequeno Oskar (Kåre Hedebrant), que vive o sonho de todo (se não todo, o meu, pelo menos!) moleque fracóte que apanhou de graça na escola. Além de mostrar ter muito mais brios do que se imagina.
Mas o que me deixou mais feliz em ter assistido esse filme, foi um clima meio agridoce, em que a inocência infantil (psicanalistas vão à merda!) aparece junto com o terror e o modo que se entremeiam sem se ofuscar, em uma metáfora que aparece também em O Labirinto do Fauno (El Laberinto del Fauno, 2006) , numa (se me permitem o pedantismo) expressão do trágico da infância.
Finalizando, Deixe Ela Entrar, me proporcionou 114 minutos bem agradáveis. Fica a dica.

Trailer

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